Para a Medicina Tradicional Chinesa, insônia e ansiedade sempre estão de mãos dadas, uma acompanha a outra. Tratando em conjunto os resultados são excelentes.
Pela minha experiência clinica, a partir da 2ª ou 3ª sessão, os resultados já se apresentam de forma positiva, mantendo a partir de então, um sono imediato e mais duradouro.
A maioria das pessoas que sofrem de insónia tem aquilo a que a medicina chinesa designa por excesso de yang, sob a forma de disfunções chamadas de vento ou de calor.
A insónia é uma perturbação do sono que se caracteriza pela dificuldade em adormecer permanecendo longos períodos da noite em estado de vigília.
As pessoas com ‘sono leve’ pertencem ao grupo das que sofrem da síndrome de deficiência e de excesso, em coexistência.
As pessoas que têm sono pouco profundo e oscilam entre a vigília e o sono, enquadram-se, regra geral, nos vazios energéticos do baço-pâncreas e do coração.
Os pacientes que permanecem acordados a noite toda, tanto poderão estar em deficiência quanto em excesso.
• stress emocional: a ansiedade e a raiva desequilibram as funções normais do fígado, o qi do fígado estagna e gera irritabilidade, a mente torna-se perturbada e surge a insónia;
• medo violento pode causar stress emocional o qual, gradualmente, conduzirá o paciente à timidez e desassossego com dificuldade em adormecer e manter um sono repousante;
• a ansiedade e a preocupação excessivas desequilibram o coração e o baço-pâncreas, o desequilíbrio do coração causa vazio de sangue e vazio de yin levando à agitação mental, o desequilíbrio do baço-pâncreas provoca falta de apetite, pode levar à deficiência de sangue e o coração não é nutrido – surge o sono agitado com muitos sonhos e pesadelos;
• excessos na alimentação: hábitos de abuso de picante, condimentos, fritos e gorduras, tal como o hábito de comer e beber em excesso, as más digestões levam à acumulação de humidade-mucosidades e calor no estômago, essa energia tem tendência a subir o que provoca insónia;
• constituição fraca, doença prolongada ou convalescença de doença grave, são situações que desequilibram a energia do rim, esta deixa de poder nutrir o coração e a situação assim criada conduz à insónia;
• desarmonia entre a quantidade de horas de trabalho e lazer provoca disfunções energéticas que conduz à insónia.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (2016), aproximadamente 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. Só em São Paulo, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria da USP e da Universidade Federal do Espírito Santo, revelou que, de cada quatro pessoas, uma sofre de depressão.
Claro que precisamos levar em consideração que os grandes laboratórios farmacêuticos do Ocidente e a patologização das emoções e da vida de maneira generalizada, têm contribuído para que estes índices aumentem. Entretanto, não podemos deixar de analisar que o estilo de vida moderna, o consumismo exacerbado, a alimentação inadequada, a falta de contato com a natureza, o excesso de trabalho, a falta de exercícios físicos e o estresse da vida cotidiana nas cidades são fatores que desequilibram nosso organismo e afetam nossa saúde.
Para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) corpo, mente e alma não são separados, ao contrário, constituem uma totalidade inseparável, na qual emoções, órgãos, vísceras, fluídos e energia são interdependentes. Nesta perspectiva, a depressão não é uma doença e sim, um conjunto de padrões de desequilíbrios energéticos, causados por diferentes fatores, os quais variam de pessoa para pessoa. Estes desequilíbrios podem ser harmonizados a partir de tratamentos individualizados.
Tanto elementos externos como os alimentos, as bebidas, o ar que respiramos, os acontecimentos que vivemos e as energias perversas (frio, calor, umidade, secura e o vento); como elementos internos como nossos pensamentos e nossas emoções podem alterar o equilíbrio do sistema Zang Fú. Da mesma forma, o desequilíbrio de um ou mais dos órgãos do sistema também pode ocasionar distúrbios emocionais.
Na Medicina Tradicional Chinesa, a tristeza é a emoção regida pelo pulmão. Mas não são apenas as alterações do pulmão que geram distúrbios desta emoção e não é apenas o pulmão o órgão afetado quando uma pessoa vive uma longa e forte tristeza. Os órgãos, seus fluidos e a mente são interpendendentes e compreendidos pela MTC a partir da teoria do Yin e do Yan e da Teoria dos Cinco Elementos. A deficiência, o excesso ou a estagnação de energia em um órgão podem afetar a circulação da energia nos outros órgãos também.